Um olhar em seu rosto faz você ser melhor que nós.
Um olhar em seu rosto faz você ser melhor que nós.
Coringa: Delírio a Dois (Filme)
Um olhar em seu rosto faz você ser melhor que nós. Essa frase, carregada de ironia e tensão, expressa um sentimento que permeia o filme Coringa: Delírio a Dois, onde o protagonista Arthur Fleck lida constantemente com a percepção e julgamento alheio. Em um mundo que o trata com desprezo e marginalização, Arthur é frequentemente alvo de olhares que refletem a superioridade que a sociedade se atribui em relação a ele. Esse “olhar” é uma forma de julgamento silencioso, que diz mais sobre a arrogância e a hipocrisia dos outros do que sobre quem ele realmente é.
Coringa: Delírio a Dois mergulha na experiência de Arthur em um ambiente que o julga sem conhecê-lo, como se, com um simples olhar, pudessem decidir que são “melhores”. Em contrapartida, ao longo do filme, vemos Arthur rejeitar essas expectativas e assumir uma postura que desafia essa noção de superioridade moral. O relacionamento entre ele e Harley Quinn se torna, então, uma troca mútua de compreensão e aceitação, onde ambos encontram um lugar para ser quem são, livres de julgamentos. Na conexão deles, o olhar não é de superioridade, mas de aceitação, de reconhecer um no outro alguém que compartilha das mesmas lutas.
Esse conceito do olhar que define a superioridade de uns sobre outros leva o espectador a refletir sobre as consequências do julgamento superficial. Arthur, ao ser tratado de maneira inferior, é impulsionado a romper com as normas e a se revoltar contra uma sociedade que o vê como menos. O filme sugere que, ao longo da vida, muitos são moldados pela visão que os outros têm deles, e que essa imagem, por vezes injusta, pode provocar reações inesperadas e até extremas.
Coringa: Delírio a Dois nos desafia a questionar a tendência de julgar os outros a partir de nossas próprias percepções limitadas. A frase um olhar em seu rosto faz você ser melhor que nós nos lembra que as aparências muitas vezes enganam e que, ao olharmos para alguém de cima, talvez estejamos ignorando a complexidade e a dor que aquela pessoa carrega. Arthur e Harley encontram um no outro a ausência desse julgamento, o que lhes permite uma conexão que, embora intensa e cheia de desafios, é livre da pretensão de superioridade.
Em última análise, o filme nos faz pensar sobre os efeitos do olhar condenador e de como ele pode moldar as ações de alguém que já está emocionalmente à beira. A história de Arthur Fleck é um lembrete de que, ao rotular e diminuir os outros, contribuímos para um ciclo de marginalização e dor, e que é preciso mais do que um simples olhar para entender quem uma pessoa realmente é.
