Eu não posso ser quem você quer que eu seja.
Eu não posso ser quem você quer que eu seja.
Coringa: Delírio a Dois (Filme)
Eu não posso ser quem você quer que eu seja. Essa frase reflete a luta interna e a busca por identidade que Arthur Fleck enfrenta em Coringa: Delírio a Dois. No filme, Arthur vive constantemente sob o peso das expectativas alheias, das tentativas de outras pessoas moldarem quem ele deveria ser para se encaixar no mundo. Ao afirmar que não pode ser quem os outros querem, ele reconhece a profundidade de sua própria luta contra uma sociedade que o rejeita e uma realidade que insiste em negar-lhe qualquer senso de pertencimento.
Essa frase também ganha relevância na dinâmica entre Arthur e Harley Quinn. Enquanto Harley, inicialmente sua psiquiatra, tenta entender a psique perturbada de Arthur, ela própria acaba sendo sugada por sua complexidade e fascínio. Conforme seu relacionamento evolui, Arthur deixa claro que, por mais que ela deseje encontrar nele uma pessoa que possa ser compreendida ou “resgatada”, ele não pode ser esse alguém. Harley, na tentativa de conectar-se a ele, acaba confrontando suas próprias expectativas e limites emocionais, percebendo que o homem que ela idealiza está longe de ser um reflexo do que Arthur realmente é.
Coringa: Delírio a Dois explora como as expectativas impostas por outros podem levar uma pessoa à alienação e à revolta. Arthur não se encaixa nos moldes da sociedade, e ao afirmar que não pode ser o que os outros desejam, ele reivindica sua autonomia, mesmo que isso o coloque em um caminho de isolamento e destruição. O filme nos faz refletir sobre o peso das expectativas alheias e a importância de sermos autênticos, mesmo que o preço disso seja a rejeição.
Essa afirmação também destaca a fragilidade dos relacionamentos onde um parceiro projeta suas próprias necessidades e ideias de mudança sobre o outro. Coringa: Delírio a Dois nos lembra que, ao tentar moldar alguém conforme nossas expectativas, podemos perder de vista quem essa pessoa realmente é, causando sofrimento e distanciamento. A jornada de Arthur e Harley ressalta a importância de aceitar as pessoas como elas são, sem tentar controlá-las ou forçá-las a corresponder a expectativas irreais.
O filme traz à tona a complexidade de aceitar quem somos, mesmo quando isso significa desafiar o que outros querem que sejamos. Arthur é um exemplo de alguém que, ao recusar as expectativas dos outros, encontra sua identidade, mesmo que isso signifique abraçar seu lado mais sombrio. Em última análise, Coringa: Delírio a Dois nos faz questionar até que ponto devemos ser moldados pelos desejos alheios e nos incentiva a buscar uma identidade verdadeira, independente de como o mundo ao redor possa reagir.